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sexta-feira, 18 de março de 2016

O papelão da Bela Cintra

O papelão da Bela Cintra
Foto ganha destaque em trabalho de fotografia cuja categoria são formas geométricas.
Mais um dia de aula na universidade e a temível entrega de um trabalho de Fotografia. “Vale nota?”, “É pra enviar até quando?”, “Será que ela (a professora) vai aceitar fora do prazo?” estas e outras tantas perguntas não paravam de surgir antes do dia chegar. Mas ele chegou e é hora de ver o resultado. Primeiro aquele baque de saber que valia 7,0 pontos logo de cara para um primeiro trabalho sem experiência alguma com a matéria, em seguida ver que eu havia tirado 5,0 pontos. Está bom, afinal eu fiz o trabalho em menos de 30 minutos (professora já te falei que você é linda? Não leia isso, obrigado, de nada), isso aconteceu por que o trabalho consistia em tirar 12 fotografias com o tema “Minha Rua” e eu só me lembrei no dia da entrega. Eram 12 fotos divididas em 6 temas de acordo com a matéria, duas de cada tema.

Eu já havia saído de casa com destino a Rua da Consolação, e quando lembrei do trabalho já estava quase chegando. Caminhava pela rua Bela Cintra quando peguei o celular e andando mesmo comecei a bater fotos de tudo o que via, e depois eu faria a classificação de acordo com os temas para enviar por e-mail para a professora. Em minha concepção as fotos estavam boas ainda mais para um trabalho feito em cima da hora e sem nenhum preparo. Prédios espelhados, ruas arborizadas, pontos de ônibus bem focalizados, e até composição de luz e sombras tinha. Cheguei, nomeei os arquivos e enviei. No dia da aula, a professora iria apresentar as melhores fotos de cada um de acordo com o tema. Eu estava confiante.

Passou o tema um, várias fotos interessantes, tema dois e mais fotos bonitas, coloridas e tudo mais. Chegou o tema três: formas. Aparece meu nome e a fotografia escolhida é a de um papelão. Oi? Professora, isso tá certo? De fato eu havia tirado a foto de um papelão na pressa, mas dentre 12 fotos e aparentemente 11 boas ela escolheu a do papelão para mostrar pra turma? Não acreditei, mas... ainda recebi ponto positivo, pois a ideia do trabalho não era o que fotografar, mas o como fotografar. Bom, fotografia é assim mesmo te surpreende e tudo pode ser fotografado, ponto para todos nós.

Apesar de não desprezar mais a fotografia do papelão, não é justo a rua Bela Cintra que tão famosa e arborizada seja representado por ele, afinal eu ando muito por ela. Então aqui vai nossa singela homenagem.

A história da rua

Bela Cintra na década de 20

Por volta do século XVIII, Bela Cintra era o nome de uma chácara localizada no mesmo logradouro. Em 1880, as terras foram adquiridas e uma colônia de portugueses foi instaurada. Poucos anos depois o local passou a fazer parte da malha ferroviária da cidade. Em 1916, agora já como rua, o nome Bela Cintra é oficializado.

Localizada no distrito de Consolação, tendo início na Rua Estados Unidos e terminando junto à Rua Antônia de Queiroz. Entre ladeiras e descidas a rua guarda muita história de famílias de várias nacionalidades que ali já habitaram.

Bela Cintra na década de 30
Depoimentos

Nossa casa de tijolos a vista e lírios amarelos era maravilhosa. Uma árvore Sibipiruna cheia de taturanas enfeitava a frente dela. Tempos estupendamente felizes. Tenho até hoje, guardado em minha memória olfativa, todos os cheiros da infância. (...) Como era mão para subir, a velocidade era reduzida, então havia tempo de corrermos! (…) Morei ali até 1972. Tempo em que vizinhos eram amigos, as pessoas tinham o hábito do respeito, havia educação, ninguém fazia da rua uma grande lata de lixo... Tudo isso apesar da ditadura militar!” - Maria Aparecida Cunha para o São Paulo Minha Cidade.

(…) pois, mesmo com poucos carros e pessoas na década dos 30, a Bela Cintra tinha uma vivacidade inesquecível, com muitas coisas boas e belas para todos seus moradores”. - Hebe Lage para o São Paulo Minha Cidade.

Representa a minha vida, meu endereço sempre foi esse desde que nasci, e sinceramente não consigo me imaginar em outro lugar. É a rua mais bonita dos Jardins. Se essa rua pudesse falar, muito teria o que dizer sobre mim, mas uma situação engraçada foi descer correndo debaixo de um dilúvio dividindo o guarda chuva com meu amigo, acho que foi a cena mais engraçada que já presenciei na minha vida. O tempo é nosso professor”. - Simone Melo

A Simone Melo, minha amiga pessoal e moradora da B.C., ainda destaca seu lugar favorito da rua “Sem dúvidas a padaria La Bella, quando você entra nela consegue sentir aquele cheirinho de café que eu tanto gosto. Eles fazem o melhor pão na chapa com requeijão que já comi em toda a minha vida Tudo é feito exatamente como você pede, e eu sempre peço meu pão com requeijão queimadinho em cima. E tem aquela infinidade de doces e de pães de vários tipos. A padaria daqui é onde mais vou e a que eu mais gosto.”

Após esta viagem no tempo, te espero para a próxima o/

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