Em um dos trabalhos de Produção de Texto da universidade, escrevi uma crônica que compartilho agora com vocês. Com base em uma das melhores viagens que já fiz e que em breve contarei aqui no blog, comparei a grandiosa São Paulo com... tentem adivinhar!
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São Paulo, Março de 2016. Vista de edifício da região do Jardim Paulistano, zona sul |
DIFERENÇAS
De
manhã bem cedo, às seis da manhã, o sol já bate em minha janela.
Quando acordei lá, eram mais de oito horas e nem via o sol direito,
nem buzina escutava, o trânsito mal existia. A neve ousava em cair,
bem fina, quase não dava para perceber à beira daqueles quatro
graus gelados bem definidos. Era tão diferente, experiência tão
única que um jovem de
dezoito anos poderia ter.
Aqui
não se conhece o significado de pontualidade, lá isso era tão
incrível. Meu bilhete marcava um horário tão estranho. O que
seriam aquelas dez horas e quatro minutos? Exatamente naquele horário
as portas se abriam para a minha viagem iniciar sobre aqueles
trilhos, o painel até avisaria se houvesse atraso. Painel? Isso
nunca vi por aqui! Tenho sempre que calcular o atraso do trem ou o
tempo parado no trâsito infernal para saber que horas chegarei ao
meu destino.
Se
lá é o antigo continente, porque seria mais evoluído que aqui? Não
se pode entender. É tão interessante um transporte público ser
gratuito, até porque se tem a expressão “público”, ao menos
deveria ser gratuito, mas isso eu não conhecia até então, e o
melhor de tudo é que se usa este tipo de transporte para ir ao
trabalho. Achei o máximo, mas se pensar, deveria ser algo normal, eu
só não estou acostumado mesmo.
Perguntei
ao senhor Franco o por quê de tudo lá ser multiplicado por quatro,
uma vez que o território é tão pequeno. Se eu quisesse um café
tinha que multiplicar por quatro para saber o valor a se pagar com o
senhor Real, se eu quisesse falar tinha que saber um dos quatro
idiomas e como eu já disse até a temperatura beirava os quatro
graus, e ainda por cima os quatro minutos era necessário para a
pontualidade do trem.
Em
minha terra tudo o que eu queria era poder sair de casa com uma única
roupa, mas tenho que levar uma para cada estação do dia. Seria
legal ir sentado no transporte público, mas se paga para andar a pé.
Melhor ainda foi ver aquela cidade limpa, não havia um papel jogado
na rua, enquanto aqui prefiro nem comentar. Querida Berna Suíça,
vem logo pra São Paulo, ou eu volto para ti!
Te encontro na próxima viagem! o/